Num clima de emoção, fé, alegria e muita música entoada por
ataque, gam (agogô), pandeiro e rebolo os adeptos das Religiões de Matrizes
Africanas se uniram e celebraram com louvor .
A missa aconteceu na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos
Pretos, Pelourinho, por iniciativa da Sociedade São Jorge do Engenho Velho ou Ilê
Axé Iyá Nassô Oká, ou simplesmente
Casa Branca, considerada a primeira casa
de candomblé aberta
em Salvador, Bahia. Constituído de uma área aproximada de 6.800 m², com as
edificações, árvores e principais objetos sagrados. É o primeiro Monumento
Negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde
o dia 31 de maio de 1984.
Além de representantes da Casa Branca havia
adeptos de outros Terreiros de Salvador e de outros estados, além de organizações
religiosas, como a Irmandade Beneficente de Ojés, Ogans e Tátas – Siobá. Alguns
representantes da Irmandade como Everaldo
Duarte, Valdélio Silva, Walter Rui, Edvaldo Mattos estiveram presentes durante
a cerimônia ecumênica.
‘Grito de liberdade dado no silencio, estamos
aqui assinalando com letras de ouro que orísá é primordial e que o vento que
louvamos está dentro de todos os crédulos’, desta forma definiu a homenagem o
Babalorisá Jidewa de Ossósí do Ilè Asé Odé Oluami – União de Ossósí.
Babalorisá Jidewa de Ossósí do Ilè Asé Odé Oluami – União de Ossósí.
Na metade da cerimônia uma procissão ocorreu
dentro da Igreja, mulheres de santo entraram ao som do ataque carregado um
balaio com a imagem de São Jorge todo enfeitado com flores azuis. Fora cantada
uma canção de louvor e posteriormente em ritmo de candomblé alguns religiosos
adentraram à igreja ao som do Aguéré (ritmo tocado para a dança do orísá
homenageado) fazendo passos referente a sua dança.
No final todos se abraçaram e trocaram a benção
com os irmãos de fé e num só coro cantaram
Ô meu Pai, abraça eu meu Pai
Ô meu Pai
, cuida de mim meu Pai
O Padre que conduziu a cerimônia fez questão de
ressaltar ‘que a comunhão é possível, a partir de um coração aberto, através de
uma vivência partilhada e respeitosa entre todos.’
Ivana Flores