13 de março de 2013

Pai de santo é assassinado a tiros em Feira de Santana


Um pai de santo foi assassinado na manhã desta terça-feira (12) na BR-116 Norte, perto da entrada do distrito de Tiquaruçu, em frente ao posto São Cristóvão, em Feira de Santana, a 107 km de Salvador.
De acordo com a delegada Ana Cristina Santos, da Delegacia de Homicídios, o crime aconteceu por volta das 10h, quando Crispim de Jesus Cerqueira, 42, retornava de Santa Bárbara na companhia de um amigo, Aldair Martins Cerqueira, que dirigia o automóvel.
Eles foram abordados por dois homens de capacete em uma motocicleta Honda preta, que começaram a disparar contra o veículo. Por causa dos disparos, Aldair perdeu o controle do veículo e colidiu contra o muro de uma casa. Os bandidos fugiram.
Crispim foi atingido nas costas, na cabeça e no abdôme e morreu no local. Ainda não há detalhes sobre a motivação do atentado e nem a identidade dos responsáveis. A delegacia também desconhece o terreiro de Candomblé em que Crispim atuava como pai de santo.
Informações do Correio 24h

7 de março de 2013

Pastor polêmico presidirá Comissão de Direitos Humanos da Câmara


Direitos Humanos e Minorias) da Câmara dos Deputados, elegeram, nesta quinta-feira (7), o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) como presidente. Ele teve 11 votos dos colegas (houve 12 votos no total, sendo um em branco) e já havia sido indicado por seu partido para presidi-la. Feliciano é criticado por entidades ligadas aos direitos humanos por acusações supostamente racistas e homofóbicas, mas diz ter sido mal interpretado.

Após ser eleito hoje, Feliciano chegou a dizer que sua mãe é de "matriz negra", apesar de não ter o "matiz de pele" negro. "Caso eu fosse racista, deveria pedir perdão primeiro a minha mãe, uma senhora de matriz negra." Ele disse ainda que irá trabalhar "como um magistrado" no novo cargo.

A eleição do presidente é feita pelos membros da comissão, que, em geral, seguem a indicação partidária. A bancada do PSC, composta por 17 parlamentares, confirmou na terça-feira o nome do pastor para ocupar o cargo. Como vice, a indicação foi para a deputada Antonia Lúcia.

Até então, o PT comandava a CDH, sob a direção do deputado Domingos Dutra (MA), mas a legenda preferiu assumir as comissões de Constituição e Justiça e Cidadania; de Seguridade Social e Família e de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

A sessão de hoje foi marcada, mais uma vez, por polêmicas e protestos -- o presidente Domingos Dutra chegou a se retirar da sessão, seguido por outros parlamentares, como Jean Wyllys (PSOL-RJ). A deputada Luiza Erundina chegou a dizer que "esta não é mais uma comissão de direitos humanos".
Dutra se recusou a comandar a eleição sem a participação dos movimentos sociais, que foram impedidos de entrar na sala da comissão.

Nesta quarta, a comissão deveria ter realizado a eleição, mas, devido a bate-boca e tumulto, a sessão foi cancelada e convocada novamente para esta quinta, desta vez, sem a presença de manifestantes e "torcida".

Aos 40 anos e pastor da Igreja Assembleia de Deus há 14, Feliciano é formado em Teologia e está em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados.

Polêmicas

Desde a semana passada, antes mesmo de ser indicado pelo PSC para o posto, a possibilidade de Feliciano como presidente da CDH gerou protestos de ativistas de direitos humanos, porque o deputado tem um discurso que pode ser considerado polêmico.

Em2011, ele usu o Twitter para dizer que os descendentes de africanos seriam amaldiçoados. "A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!", escreveu.

Em outra ocasião, o pastor postou na rede social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e à rejeição". No ano passado, o pastor defendeu em debate no plenário os tratamentos de "cura gay".

Ele nega as acusações de racismo e homofobia. Ontem,ele negou ser homofóbico. "Não sou contra os gays, sou contra o ato e o casamento homossexual. Quero o lugar para poder justamente discutir isso. Vai ser debate. Vou ouvir e vou falar", afirmou.

Na semana passada, uma petição no site Avaaz pedia que ele fosse deposto da comissão. Em seguida, o próprio deputado criou uma petição em seu site defendendo sua indicação.

Agora, uma petição no site Change.org assinada por um grupo de religioso diz que nem todos os evangélicos apoiam Feliciano.

PSOL e PT cogitam comissão paralela

Deputados do PT e do PSOL que se retiraram da reunião que elegeu Feliciano presidente afirmaram que pretendem realizar uma reunião na próxima terça-feira(12), às 11 horas, para decidir que medidas tomarão. Eles cogitam, inclusive, formar uma comissão paralela de Direitos Humanos em protesto à eleição do pastor.



Fonte: UOL

4 de março de 2013

Roda do Povo de Terreiro - Ilè Asé Babá Omín Ifan


Valdélio Silva - Siobá

Sob o lema, honrar, defender e preservar os interesses e fundamentos das religiões de origem africana, a Irmandade Beneficente Siobá realizou mais uma Roda do Povo de Terreiro no último sábado dia 02 de março, na Ilha de Itaparica no Ilè Asé Baba Omín Ifan de Pai Cosme de Osálá.

A Roda do Povo de Terreiro é mais um projeto gerido e articulado pela Irmandade que existe há 8 anos e trás doze membros permanentes, entre Ojés, Ogans e Tátas, que por indicação de um sonho e depois com a certeza do Ifá  receberam a missão de mobilizar, articular e contribuir de maneira mais prática para a melhoria das relações entre os povos de terreiro.

Durante o evento Valdélio Silva, Coordenador de Comunicação da Siobá, destacou a importância que os povos de santo devem desenvolver acerca de suas responsabilidades  tanto dentro quanto  fora do portão do seu Ilè.’ Temos que ter consciência de nossa importância para o asé. Nascemos com o propósito dado pelo orisá’. ‘ Não devemos ser exemplos somente dentro de nossas casas de santo, mas em todo lugar porque dentro ou fora da roça continuamos a ser pessoas de orisá’.

Walter Rui, também da coordenação de comunicação da Irmandade, falou ainda da relação particular que cada pessoa tem com seus orisás, inquices, voduns ou caboclos. É necessário que as pessoas de santo  todos os dias exerçam sua fé. Com ações e diálogos, pois só assim as mensagens e vontades de nossos ventos serão compreendidas de maneira clara por nós. ’Irmanados e conscientes de que somos uma grande família onde juntos cremos no invisível e  cremos no que não podemos tocar’.                            Walter Rui - Siobá                            

                                                                                                                 
                                                                                                                            
ideia principal quando a Irmandade nasceu era de trocar informações.                                               
Os membros fazem questão de ressaltar que não existem para ensinar ou corrigir o outro irmão, ‘a Siobá emana a bandeira da soma entre os povos de terreiro’, completou Edvaldo Matos, Coordenador de Patrimônio.
Outra preocupação elucidada pela Siobá é a respeito do comportamento de alguns Ogans. Estes que são pais do vento, escolhidos pela entidade para a partir dali desenvolver obrigações dentro do ilê ao qual se confirme. 

Dentro deste universo existem distintas funções que o Ogan pode desenvolver tais como: alagbès   (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó(nação Jeje)  são os que tocam, também o ogan pode ser asogum (o que corta para o santo),como também os ogans devem ser responsáveis pelo bom desenrolar das festas tomando conta da casa quando aberta ao público.                                                                          Edvaldo Matos- Siobá
                                                                                                                    
Mas o que tem acontecido, e muito, é que alguns algbès tem feito disso profissão. O Ogan Alagbè foi preparado para conduzir o RUM do orisá no barracão, para entoar cânticos durantes às obrigações e não para cobrar financeiramente por isso. ‘Se um irmão de outro asé faz um convite para uma festa o Ogan deve ir como irmão para somar à festa e dividir os atabaques com os ogans da casa. Esta é verdadeira mensagem, a contribuição e união entre um irmão e outro, e não do jeito que está ocorrendo’, disse Matos. 

Outro ponto de discussão foi acerca da desunião entre os povos de candomblé. Uns alegam que existe uma ‘disputa’ entre alguns ilês, por exemplo, quem tem a casa maior, quem coloca o melhor asó (roupa), ou quem tem a conta que cause mais tombo no barracão. Tudo isso só enfraquece a família de asé. Pois somente juntos somos mais e naturalmente a ‘ameaça’ externa, isto é, os preconceituosos se deparariam com uma imensidão de filhos e filhos engajados num mesmo discurso e numa mesma direção.

Ainda na explanação de Matos, ele citou um exemplo: ‘Muitas vezes sabemos que um irmão nosso de asé tem um comércio e evitamos comprar na mão dele, na maioria das vezes porque temos vergonha ou medo de que outros ‘amigos ou colegas’ descubram sobre nossa religião. Esta reflexão e,  principalmente, aceitação do que somos e de onde fazemos parte, é a espinha dorsal de nossa luta por respeito, não há a necessidade de que se tolere, mas sim que se respeite e reconheça a importância e tradição que regem sobre as Religiões de Matriz Africana. Desde sua iniciação nos primórdios da construção do Brasil até sua predominação na formação cultural, social, econômica e religiosa do nosso país e, em destaque, na Bahia.

No final de cada Roda do Povo de Terreiro a Irmandade Siobá entrega um Certificado de colaboração para aquele Ilè que abriu suas portas para o projeto e também para irmãos de outros egbés vizinhos aquele.



Entrega do certificado para Pai Cosme- Ilè Asé Babá Omín Ifan

E como rege a tradição que o candomblé é fartura ao término das atividades Pai Cosme ofereceu a todos um deguste de uma feijoada bem africana. Omento de descontração e celebração pelo alimento.










Ivana Flores